
Prevista para ser lançada em 2025, a moeda digital do Banco Central, o Drex, ainda está em fase de testes. A nova tecnologia promete trazer mais segurança e maior portabilidade para os usuários, transformando a forma como interagimos com o mercado financeiro.
O "Real digital", nomeado de Drex — acrônimo para Digital, Real e Eletrônico, com o 'x' fazendo alusão à modernidade — e desenvolvido pelo Banco Central (BC), está em desenvolvimento desde 2020 e tem lançamento previsto para 2025. Prometendo ser uma solução baseada em blockchain, o Drex visa unificar a representação digitalizada de diversos tipos de bens.
Seu uso exigirá que um banco ou uma instituição financeira atue como intermediária entre o comprador e o vendedor. O Drex permitirá a "tokenização" de itens comercializáveis, tangíveis ou não, como imóveis, carros, ações, marcas e patentes, entre outros. As transações ocorrerão por meio de contratos autônomos e automatizados, com condições predefinidas, garantindo que os valores monetários só sejam transferidos quando ambas as partes concordarem com os termos.
Antes de iniciar a fase de testes, o Banco Central ofereceu oportunidades para que empresas de diversos setores se cadastrassem e testassem essa nova tecnologia. Os primeiros relatos indicam que o Drex traz mais segurança e agilidade às operações financeiras, uma vez que as transações serão realizadas em um ambiente controlado e protegido, seguindo as normas do Banco Central.
Um exemplo prático seria a venda de um apartamento: atualmente, o patrimônio só é transferido após a confirmação do pagamento. Com o Drex, esse processo será ainda mais seguro, pois a quantia só será transferida após o acordo entre ambas as partes, garantindo maior transparência e confiança.
O Potencial do Drex para Empresas
Para as empresas, o vice-presidente da unidade de negócios de energia e serviços financeiros da consultoria Falconi, Daniel Oliveira, destaca questões importantes a serem consideradas: "Quais custos serão reduzidos ao embarcar nesse mercado?", "Estamos preparados para lidar com uma nova legislação?" e "Como a empresa pode criar novos produtos com base nos benefícios do Drex?".
Daniel reforça que o Drex tem um enorme potencial para transformar o sistema financeiro brasileiro, tornando-o mais eficiente, seguro e inclusivo. Ele enfatiza que a regulamentação e a implementação dessa moeda digital devem ser feitas de forma diligente e transparente, permitindo maximizar os benefícios e minimizar os riscos.
A implementação bem-sucedida do Drex pode impulsionar o desenvolvimento do sistema financeiro, promover a inclusão financeira e fortalecer a competitividade da economia nacional.
O Drex no Contexto Global
De acordo com um estudo do Atlantic Council dos Estados Unidos, até o momento, onze países — incluindo Jamaica, Nigéria e Bahamas — já implementaram moedas digitais semelhantes. Outros vinte e um países, como a China, estão atualmente testando seus próprios sistemas.
No Brasil, o projeto-piloto do Drex entrou na segunda fase de testes em maio deste ano. Nessa fase, será testada a implementação de smart contracts, que são contratos automatizados geridos por terceiros participantes da plataforma. Essa etapa envolverá diferentes casos de uso, inclusive com ativos não regulados pelo Banco Central, exigindo a participação de outros órgãos reguladores, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que acompanha o desenvolvimento do Drex desde o início.
Conclusão
O Drex promete ser uma revolução no mercado financeiro brasileiro, trazendo inovações em segurança, agilidade e inclusão. Embora ainda esteja em fase de testes, seus impactos potenciais já despertam grande interesse entre empresas e instituições financeiras. A preparação para essa nova era digital exige uma compreensão profunda das mudanças que virão, tanto em termos de legislação quanto nas oportunidades de inovação. Se bem implementado, o Drex poderá transformar o sistema financeiro do Brasil e fortalecer sua competitividade no cenário global.